quinta-feira, 25 de março de 2010
Fiz sim.
Já fiz cócegas na minha irmã só para que deixasse de chorar, já me queimei brincando com uma vela, já fiz um balão de chiclete que me colou na cara toda, já falei com o espelho, já fingi ser bruxo.
Já quis ser jogador, musico, hommem de negócios, caçador e andarilho; já me escondi atrás da cortina e deixei esquecidos os pés de fora; já fiquei embaixo do chuveiro até fazer xixi.
Já roubei um beijo, confundi os sentimentos, tomei um caminho errado e ainda sigo a caminhar pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela onde se cozinhou o doce, já me cortei ao barbear-me muito apressado e chorei ao escutar determinada música no carro.
Já tentei esquecer algumas pessoas e descobri que são as mais difíceis de esquecer.
Já subi às escondidas até o telhado para agarrar estrelas, já subi em árvore para roubar fruta, já caí de uma delas.
Já fiz juramentos eternos, escrevi no muro da escola para aquela menina de rabo de cavalo.
Já chorei sozinho no banheiro por algo que me aconteceu; já fugi da minha casa para sempre e voltei no instante seguinte.
Já corri para não deixar alguém chorando, já fiquei só no meio de mil pessoas sentindo a falta de uma única.
Já vi o pôr-do-sol mudar do alaranjado ao azul escuro, já entrei na piscina e não quis sair mais, já bebi whisky até sentir os lábios dormentes, já olhei a cidade de cima e nem mesmo assim encontrei o meu lugar.
Já senti medo da escuridão, já tremi de nervos, já quase morri de amor e renasci novamente para ver o sorriso de alguém especial.
Já corri descalço pela rua, gritei de felicidade, roubei rosas em jardins, já me apaixonei e pensei que era para sempre, mas era um "para sempre" pela metade.
Já me deitei na relva até de madrugada e vi o sol substituir a lua.
Foram tantas as coisas que fiz, tantos os momentos fotografados pela lente da emoção e guardados nesse baú chamado coração...
( Musica do dia: Gonzaguinha - Avassaladora )
"E ele adora sua mão apertando o que deseja, com calor e com carinho ensinando o caminho da loucura e acabando com seu medo de não poder."
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